Candidíase: tire suas dúvidas
Descubra as causas e sintomas da candidíase, um problema que atinge 75% da população feminina, e veja como se proteger
Basta a temperatura subir para essa infecção, que causa tanto incômodo
nas mulheres, surgir. Isso porque o calor e a umidade (além do biquíni
molhado) - típicos no verão - criam um ambiente favorável ao seu
aparecimento. Os ginecologistas Marcello Valle, da Clínica Origen, no
Rio de Janeiro, e Afonso Nazário, do Hospital Bandeirantes, em São
Paulo, explicam como se proteger do problema que afeta 75% da população
feminina pelo menos uma vez na vida
Qual é a causa do problema?
O grande responsável é o fungo Candida albicans, naturalmente presente
na flora vaginal. Em desequilíbrio, ele provoca sintomas desagradáveis
como corrimento esbranquiçado, vermelhidão, coceira, queimação e inchaço
na vulva.
Em que situação é mais comum aparecer?
Em caso de queda na imunidade (causada por stress ou gripe), umidade na
vagina (por causa do calor e da temperatura ambiente e do uso
prolongado de biquíni molhado, por exemplo) e durante a alteração
hormonal típica da menstruação - todos esses fatores facilitam a
multiplicação dos fungos. A doença também pode ser adquirida por meio do
contato sexual, quando o parceiro está contaminado.
Quem está mais propensa?
Mulheres grávidas ou que usam pílulas anticoncepcionais (o estrogênio
facilita o aparecimento dos fungos), as que estão tomando antibióticos
por um período longo (esse tipo de medicamento mata também as bactérias
protetoras) ou que sofram de diabetes (a doença baixa a imunidade do
organismo e altera o pH genital, favorecendo o problema).
Qual é o tratamento?
Recomenda-se o uso de fungicidas na forma de creme vaginal ou óvulo e
de comprimidos via oral, que tanto a mulher como o homem devem tomar.
Nesse período, não é recomendável manter relações sexuais.
É possível prevenir?
Alguns cuidados são essenciais: tirar o biquíni molhado e a roupa suada
da academia o quanto antes, deixar as peças íntimas secarem em lugar
ventilado (e não no boxe do banheiro), trocar regularmente o absorvente
interno durante a menstruação, evitar o uso de protetores diários de
calcinha (eles abafam a região, deixando-a mais úmida), vestir roupas e
lingerie de algodão ou outro tecido que favorece a transpiração, dormir
sem calcinha (para arejar), preferir saias e vestidos em vez de calças e
roupas apertadas durante o verão.
E se eu tiver candidíase no meio de uma viagem?
Recorra a banhos de assento por dez minutos, em dias alternados.
Misture uma colher de sopa de bicarbonato de sódio para cada litro de
água morna (fervida previamente) - o líquido deixa a vagina mais
alcalina, criando um ambiente hostil para os fungos. Se você é do tipo
que sempre é pega pela candidíase, peça ao seu médico uma receita para
levar na viagem ou já coloque o medicamento no nécessaire.
A alimentação também pode ajudar?
Sim. Os probióticos, nutrientes contidos nos iogurtes e leites
fermentados, são bons aliados contra fungos, vírus e bactérias. O ácido
caprílico do coco também é um potente antifúngico, assim como os óleos
ricos em ômega 3 e 6. O alho idem - ele deve ser consumido cru ou em
suplementos. É bom evitar doces: o açúcar refinado serve de alimento
para os fungos proliferarem.
Há risco de a candidíase evoluir para algo grave?
Não. Mas ela pode favorecer infecções secundárias na própria vagina ou
se tornar um quadro crônico recorrente, que, embora não seja sério, é
bastante incômodo. Quem vire e mexe apresenta esse problema deve
procurar um médico para investigar se há alguma ligação com outra
doença, como diabetes.
http://mdemulher.abril.com.br/saude/reportagem/saude-mulher/candidiase-tire-suas-duvidas-679743.shtml
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