Especialista anunciaram a descoberta nesta segunda-feira, dia 12
Especialistas anunciaram nesta
segunda-feira, dia 12, que acreditam ter encontrado rastros de uma obra
inacabada que atribuem ao gênio italiano do Renascimento Leonardo da
Vinci, em uma coletiva de imprensa em Florença, capital da Toscana.
Estes
rastros foram encontrados graças a microcâmeras colocadas através de
uma obra de Vasari, que se encontra em uma sala do Palazzo Vecchio, sede
da prefeitura, em Florença.
O edifício é o símbolo de poder da
cidade italiana há mais de sete séculos e sua construção terminnou no
início do século 14. Desde então, o palácio sofreu numerosas
intervenções de transformação e ampliamento.
Considerado um dos
gênios máximos da história da arte, Leonardo da Vinci realizou durante
sua vida apenas 20 pinturas, das quais apenas 15 chegaram aos dias de
hoje.
Segundo os especialistas, a tinta encontrada seria a mesma utilizada por Da Vinci para pintar La Gioconda.
"A
composição de manganês e ferro encontrada no pigmento preto foi
identificada exclusivamente nas pinturas de Leonardo", explicou Maurizio
Seracini, professor de História da Arte da Universidade de San Diego e
impulsionador do projeto.
Seracini afirmou que Leonardo pintou a
"Mona Lisa" na mesma época que seu afresco há muito tempo perdido "A
Batalha de Anghiari", mas disse que a pesquisa "não foi conclusiva" e
deve ser prosseguida.
"Embora estejamos apenas em uma fase
preliminar e exista muito trabalho a ser feito para resolver o mistério,
as evidências sugerem que vamos pelo bom caminho", disse Seracini.
A
pesquisa gerou controvérsia na Itália. Cerca de uma centena de
historiadores assinaram um manifesto no qual denunciaram o que chamaram
de "operação publicitária ao estilo Dan Brown", autor do best-seller O
Código Da Vinci.
Os historiadores também temem que as
microssondas utilizadas por Seracini tenham danificado o afresco de
Vasari, pintado em 1563, chamado de "Batalha de Marciano".
Autoridades
culturais de Florença, entre elas a Oficina das Pedras Duras, uma
entidade especializada na restauração de pinturas, estão convencidas de
que Vasari pintou seu afresco em cima da pintura inacabada de Da Vinci.
Da
Vinci (1452-1519) iniciou sua pintura da batalha em 1440 entre as
forças milanesas e florentinas em um salão na sede do governo de
Florença em 1505, mas nunca a finalizou.
O afresco, no entanto,
foi elogiado por contemporâneos de Da Vinci, como o historiador de arte e
amigo pintor Giorgio Vasari, que classificou-o de "beleza graciosa", ou
o pintor flamengo barroco Peter Paul Rubens, que produziu uma famosa
réplica da pintura.
O esboço de Rubens mostra uma cena sangrenta
de cavaleiros lutando com espadas e pisando nos homens da infantaria -
seus rostos contorcidos de raiva e seus cavalos musculosos entrelaçados
com os olhos esbugalhados de medo.
Alguns historiadores acreditam
que Vasari construiu uma parede em frente ao afresco para preservar os
esforços de Da Vinci e por respeito ao seu mestre, e, em seguida, pintou
seu próprio trabalho, "A Batalha de Marciano", na nova parede em 1563.
"Os
dados das análises químicas, embora não sejam conclusivos, sugerem a
possibilidade de que a pintura da Vinci, que há muito tempo acreditavam
ter sido destruída em meados do século 16... pode existir por trás de
Vasari", disseram os organizadores.
Seracini afirmou que o
próprio Vasari deixou uma pista tentadora em sua pintura sobre a obra
escondida de Leonardo, com uma inscrição em uma bandeira sustentada por
um dos soldados na batalha na qual se pode ler "Cerca Trova" ("Busque e
você encontrará").
http://www.band.com.br/entretenimento/cultura/noticia/?id=100000466943
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