Mudar os próprios pensamentos sobre como se alimentar é a chave do
sucesso para emagrecer e,
o mais importante, manter o peso abaixo da
faixa de sobrepso e obesidade no longo prazo. É o que defende a Melaine
Ogliari, psiquiatra e especialista da área.“Emagrecer não é possível somente com restrição alimentar. Modificar
as formas de pensamento sobre a própria alimentação é o mais importante
para gerar uma perda de peso que se mantenha ao longo do tempo”, diz
Ogliari. “Muitas pessoas acham que quem é magro tem uma ‘boa genética’
ou se esforçam demais para manter o peso. Mas o que acontece é que essas
pessoas que não tem problemas com a balança tem um padrão de pensamento
muito consciente na hora de escolher o que comer. Conseguir essa
consciência alimentar é possivelmente o melhor caminho para um
emagrecimento saudável”, completa.
Responsável pela revisão técnica do
best seller “Pense
Magro”, da americana Judith Beck, Ogliari diz que o livro não é apenas
uma obra de autoajuda ou um manual de dieta que está na moda. A coleção –
já são três livros – traz uma metodologia para que as pessoas fiquem
atentas aos modelos e padrões alimentares que adotam e as modifiquem
quando perceberem que esses padrões são danosos à própria saúde (afinal
estar dentro da faixa de peso ideal é menos uma questão estética e mais
uma forma de proteger o próprio organismo de diversas condições de
saúde).
“Muitas vezes automatizamos nosso pensamento para uma determinada
forma de nos alimentarmos. Isso é resultado de nossa história pessoal,
de aprendizados positivos e negativos sobre o que é uma boa alimentação.
Modificar esses ‘automatismos’ é possível, com maior consciência e
treinos para reverter os aspectos negativos do nosso padrão alimentar”,
diz Ogliari.
Outro fator importante salientado pela especialista é deixar de lado a
culpa na hora de comer. “Comer de forma adequada – ou estar de dieta,
se preferir – também é diminuir o sentimento de culpa que é associado à
alimentação quando se está acima do peso. Consciente de que o processo
não é mágico ou acontece repentinamente, e que ao aprender a ‘pensar
magro’ os benefícios serão para a vida toda, a culpa na hora de se
alimentar diminui também”, completa a psiquiatra.
A palavra-chave é planejamento
Para isso o método proposto por Beck – e avalizado por Ogliari – parte de três “pilares”, como se refere a especialista.
O primeiro passo da metodologia é uma série de exercícios para
revisar o próprio pensamento em relação aos alimentos. “Para
descondicionar um hábito é preciso reconhecê-lo primeiramente”, explica.
Em segundo lugar é necessário que o indivíduo que quer emagrecer se
planeje, faça acompanhamento médico – mesmo não sendo restritiva é
importante ter informações sobre a própria situação de saúde em mãos – e
trace um plano objetivo (um projeto individual, afinal a metodologia de
“Pense Magro” não é uma dieta genérica e abrangente).
“Com um planejamento em mãos é possível começar a se treinar para se
alimentar de forma mais correta. A vivência dos desafios propostos traz
novas descobertas sobre as crenças, pressão familiar e significado das
emoções envolvidas com um determinado padrão alimentar. Com isso o nível
de consciência alimentar também fica mais sensível”, afirma Ogliari.
Somente depois de testar essas novas formas de pensar sobre o
alimento e comportamento frente à comida é que o processo proposto por
Beck estará encaminhado. “A partir daí vem a fase de manutenção, algo
que é falho na maioria das dietas ‘prontas’, que enfatizam um resultado
imediado e que na maioria das vezes resulta em novo ganho de peso, o
famoso ‘efeito sanfona’”.
Isso, aliás, é um grande problema para a maioria das pessoas que já
tentou emagrecer com dietas milagrosas e voltou a engordar. A sensação
de “rodar em falso” traz grandes frustrações, o que leva a mais
sentimentos de culpa associados ao alimento e novos engajamentos em
dietas pouco eficientes no longo prazo.
“O que nós procuramos é dar uma forma de dar um sentido de projeto de
vida ao emagrecimento, e não somente as pessoas a perder uma quantidade
de peso em um determinado tempo. Pensar magro, ou seja, pensar
conscientemente sobre o próprio peso, é focar menos nos resultados
imediatos e mais em uma perspectiva de futuro”, enfatiza Ogliari.
http://www.oqueeutenho.com.br/28380/modificar-forma-de-pensar-e-fundamental-na-hora-de-emagrecer.html#axzz29H9KnBEb