Pressionado após denúncias, presidente da confederação diz que não deixa o cargo
O presidente da CBF, Ricardo Teixeira, rebateu rumores sobre seu afastamento da direção da entidade. Nesta quinta-feira (16), em evento que marcou a chegada de Bebeto ao Comitê Organizador Local (COL) da Copa do Mundo, a CBF tratou de afastar os rumores.
"Eu
trabalho com fatos. Se houvesse alguma coisa, eu anunciaria, como eu
faço sempre para vocês (da imprensa). Hoje eu vim trabalhar normalmente,
assim como o presidente veio trabalhar normalmente", afirmou o diretor
de comunicação da CBF, Rodrigo Paiva.
Nos últimos dias, foram fortes os indícios sobre a possível renúncia de Ricardo Teixeira na CBF, cargo que ocupa desde 1989. Apesar
da negativa de Paiva, os sinais de queda se mantêm. Teixeira estaria se
afastando da confederação brasileira para cuidar da saúde e para
preparar sua defesa diante das denúncias de corrupção envolvendo seu
nome na Fifa, referentes ao caso ISL, nos anos 1990.
Entenda o caso
De homem que ajudou o Brasil a sediar a Copa do Mundo a alvo de
diversas denúncias, Ricardo Teixeira teve a imagem sensivelmente
desgastada nos últimos meses. Desde uma reportagem da revista “Piauí”,
de julho de 2011, na qual o dirigente esportivo dizia “cagar e andar”
para as denúncias, ele viu até mesmo sua habitual parceria com o
presidente da Fifa, Joseph Blatter, ruir.
Preocupada
com a repercussão de um escândalo de corrupção envolvendo o nome da
Fifa e a empresa de marketing esportivo ISL, a federação internacional
vem acusando Teixeira para salvar, assim, a pele do presidente Blatter.
O
dirigente brasileiro, assim como João Havelange, teria a participação
comprovada nos esquemas irregulares entre a Fifa e a ISL. A prova está,
supostamente, em arquivos que permanecem guardados a sete chaves nos
cofres da entidade.
O
caso explodiu no colo de Teixeira, que até meses atrás era o candidato
favorito para suceder Blatter no próximo pleito da entidade. Depois do
caso ISL, é o francês Michel Platini quem passou a ser considerado o
favorito na linha de sucessão.
Outro
baque político que acometeu o dirigente brasileiro diz respeito à troca
de comando na presidência da República. O fim do mandato do presidente
Lula, com quem ele tinha estreitas relações, e a chegada de Dilma
Rousseff, que desde o começo do governo procurou se manter distante do
dirigente, também contribuiu para enfraquecer o poder de Ricardo
Teixeira.
Há
muito tempo, portanto, o mandatário da CBF vem sendo relegado a segundo
plano nas decisões da Copa de 2014, embora ainda seja o chefe do Comitê
Organizador Local. O ministro do Esporte, Aldo Rebelo, também tem sido
muito mais atuante quando o assunto é a preparação para o Mundial.
Na
ausência de Teixeira, é Ronaldo, membro do conselho do COL, quem dá a
cara a bater. Por sinal, o ex-atacante se mostrou insatisfeito com os
rumores e disse, nesta quinta-feira (16), que “seria uma pena se isso
(renúncia) vier a acontecer”. Ronaldo lembrou que o homem-forte da CBF é
“querendo ou não, o cara que trouxe a Copa do Mundo para o Brasil, e
devemos muito a ele".
Outro
ex-jogador, Romário, também se manifestou a respeito dos rumores, mas
de forma muito diferente de Ronaldo. Desafeto de Teixeira, o hoje
deputado federal pediu até por intervenção do governo federal na CBF,
sem lembrar que este tipo de manobra implicaria em sanções da Fifa, que
proíbe interferências do poder público no futebol.
"Presidente Dilma, interfira nesse momento delicado
que vive o futebol brasileiro. Só mesmo o governo federal pode resolver
e ajudar. Tem que colocar uma pessoa técnica, que seja profissional,
honesta e capaz. Qualquer outro presidente que assumir a CBF sem a
intervenção do governo federal será manipulação. Ou seja, continuaremos
sendo enganados", escreveu Romário em seu Twitter, na noite da
quarta-feira (15).
Os boatos da saída de Teixeira começaram no
início da semana, quando o jornalista Juca Kfouri afirmou que a
renúncia do presidente da Confederação Brasileira de Futebol era “mais
que um rumor”. Na sequência, veículos como a “ESPN Brasil”, “O Globo” e a
"Folha de S.Paulo" passaram a dar como certa a saída do presidente.
Este último veículo, inclusive, divulgou nesta semana documentos que comprovam a relação pessoal do dirigente com a empresa
Ailanto, responsável por um amistoso superfaturado (custou R$ 8,5
milhões aos cofres públicos) entre a seleção brasileira e a portuguesa
em Brasília, em 2008, alvo de suspeitas do Ministério Público Federal.
O caso pode ter sido a gota d'água. Caso
oficialize a renúncia da federação de futebol, o próximo e natural
passo seria deixar o comando da organização da Copa de 2014.Em
meio à tempestade, no entanto, Ricardo Teixeira não arreda o pé. De
acordo com a CBF, ele continua à frente do futebol brasileiro.
http://www.portal2014.org.br/noticias/9114/CERCO+SE+FECHA+MAS+RICARDO+TEIXEIRA+NAO+SAI+GARANTE+CBF.html
Nos últimos dias, foram fortes os indícios sobre a possível renúncia de Ricardo Teixeira na CBF, cargo que ocupa desde 1989. Apesar da negativa de Paiva, os sinais de queda se mantêm. Teixeira estaria se afastando da confederação brasileira para cuidar da saúde e para preparar sua defesa diante das denúncias de corrupção envolvendo seu nome na Fifa, referentes ao caso ISL, nos anos 1990.
De homem que ajudou o Brasil a sediar a Copa do Mundo a alvo de diversas denúncias, Ricardo Teixeira teve a imagem sensivelmente desgastada nos últimos meses. Desde uma reportagem da revista “Piauí”, de julho de 2011, na qual o dirigente esportivo dizia “cagar e andar” para as denúncias, ele viu até mesmo sua habitual parceria com o presidente da Fifa, Joseph Blatter, ruir.
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