Equipe com astrônomos brasileiros encontra novas formações estelares perto do núcleo da nossa galáxia
O telescópio infravermelho Vista, do Observatório Europeu do Sul
(ESO), direcionou seus olhos para o centro da Via Láctea e, pela
primeira vez, conseguiu enxergar através das nuvens de gás e poeira que
rodeiam o núcleo da nossa galáxia.
As imagens registradas
pelo Vista, e divulgadas nesta quarta-feira (19), mostram dois novos
aglomerados globulares - massas esféricas compostas por dezenas de
milhares a centenas de milhares de estrelas que estão ligadas
gravitacionalmente.
Os dois novos aglomerados, intitulados
de VVV CL001 e VVV CL002, estão entre os mais próximos do núcleo da Via
Láctea já descobertos, uma região escondida por nuvens de gás e poeira
que bloqueiam boa parte da luz visível.
O grupo que fez a
descoberta conta com alguns astrônomos brasileiros, como o Prof. Marcio
Catelan e o pós-doutor Roberto Saito, ambos da PUC-Santiago.
Para
fazer a descoberta, os astrônomos recorreram aos olhos infravermelhos
do Vista - capazes de enxergar o calor dos objetos - e puderam detectar
os aglomerados através das áreas obscurecidas pela poeira interstelar.
De
acordo com a astrônoma brasileira Duilia de Mello, que trabalha na Nasa
(a agência especial norte-americana), a descoberta destes aglomerados
globulares tem consequências importantes para o entendimento da formação
e evolução da nossa galáxia.
“Os aglomerados globulares
são objetos antigos, que contém estrelas muito velhas formadas nos
primórdios do universo. Estudando objetos deste tipo nos ajuda a
entender como as estrelas evoluem”, explica a astrônoma.
Os
cientistas responsáveis pela descoberta também suspeitam que o
recém-achado VVV CL001 esteja ligado gravitacionalmente à um outro
aglomerado já conhecido, o UKS 1, tornando estes dois grupos os
primeiros aglomerados “binários” da nossa galáxia.
Fonte: ESO
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