sábado, 18 de fevereiro de 2012

Telescópio observa através do centro da Via Láctea e faz descoberta

Equipe com astrônomos brasileiros encontra novas formações estelares perto do núcleo da nossa galáxia


O telescópio infravermelho Vista, do Observatório Europeu do Sul (ESO), direcionou seus olhos para o centro da Via Láctea e, pela primeira vez, conseguiu enxergar através das nuvens de gás e poeira que rodeiam o núcleo da nossa galáxia.
As imagens registradas pelo Vista, e divulgadas nesta quarta-feira (19), mostram dois novos aglomerados globulares - massas esféricas compostas por dezenas de milhares a centenas de milhares de estrelas que estão ligadas gravitacionalmente.
Os dois novos aglomerados, intitulados de VVV CL001 e VVV CL002, estão entre os mais próximos do núcleo da Via Láctea já descobertos, uma região escondida por nuvens de gás e poeira que bloqueiam boa parte da luz visível.
O grupo que fez a descoberta conta com alguns astrônomos brasileiros, como o Prof. Marcio Catelan e o pós-doutor Roberto Saito, ambos da PUC-Santiago.
Para fazer a descoberta, os astrônomos recorreram aos olhos infravermelhos do Vista - capazes de enxergar o calor dos objetos - e puderam detectar os aglomerados através das áreas obscurecidas pela poeira interstelar.
De acordo com a astrônoma brasileira Duilia de Mello, que trabalha na Nasa (a agência especial norte-americana), a descoberta destes aglomerados globulares tem consequências importantes para o entendimento da formação e evolução da nossa galáxia.
“Os aglomerados globulares são objetos antigos, que contém estrelas muito velhas formadas nos primórdios do universo. Estudando objetos deste tipo nos ajuda a entender como as estrelas evoluem”, explica a astrônoma.
Os cientistas responsáveis pela descoberta também suspeitam que o recém-achado VVV CL001 esteja ligado gravitacionalmente à um outro aglomerado já conhecido, o UKS 1, tornando estes dois grupos os primeiros aglomerados “binários” da nossa galáxia.
Fonte: ESO

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