Usina voadora
Os aviões do futuro poderão suprir parte de suas necessidades de energia reaproveitando sua própria energia, que hoje é desperdiçada.
"Quando um Airbus 320 aterrissa, por exemplo, a combinação do seu
peso e velocidade fornece algo em torno de três megawatts de pico de
energia disponível," garante o professor Paul Stewart, da Universidade
de Lincoln, no Reino Unido, que liderou a pesquisa.
"Nós exploramos uma grande variedade de formas de aproveitamento
dessa energia, como geração de eletricidade a partir da interação entre
bobinas de cobre embutidas na pista e ímãs na parte inferior da
aeronave, e depois usar a energia na rede elétrica local," exemplifica
ele.
Infelizmente, a maioria das ideias não se mostrou tecnicamente viável ou simplesmente não seria rentável.
Mas o estudo mostrou que a captura de energia direta do trem de pouso
de um avião, e seu uso para movimentar o próprio avião em terra é algo
tecnicamente factível e economicamente rentável.
Taxiamento com motores elétricos
Infelizmente não é possível simplesmente transpor para os aviões a tecnologia de reaproveitamento da energia cinética durante a frenagem, que vem sendo usada há alguns anos nos carros.
Mas os desafios podem ser vencidos.
Segundo os cálculos teóricos, um sistema de recuperação de energia
integrado no trem de pouso de um avião pode ser capaz de fornecer toda a
energia necessária para a rolagem de pista de volta para o terminal do
aeroporto.
"O taxiamento é uma das partes menos eficientes em termos de consumo
de combustível de qualquer viagem de avião," garante o pesquisador.
"Atualmente, os aviões
comerciais passam muito tempo no chão com os seus ruidosos motores a
jato funcionando. No futuro, esta tecnologia poderá reduzir
significativamente essa necessidade," completa ele, salientando as
exigências europeias de redução do ruído das aeronaves nos próximos
anos.
Reduzindo a necessidade de usar as turbinas quando o avião está no
chão, isso economizaria combustível, reduziria as emissões de poluentes e
reduziria a poluição sonora no entorno dos aeroportos.
KERS aeronáutico
A energia produzida pelo sistema de frenagem - atualmente
desperdiçado como calor produzido pela fricção dos discos de freio da
aeronave - terá que ser capturada e convertida em eletricidade por
motor-geradores construídos no interior das rodas.
A eletricidade será armazenada em baterias e depois retornará aos mesmos motor-geradores, agora operando na função motor, para movimentar o avião no chão.
O estudo também identificou os desafios tecnológicos a serem vencidos para que a ideia se torne realidade.
A principal delas é o peso desse "KERS aeronáutico", que não poderá
ser uma simples conversão dos dispositivos desse tipo já usados em automóveis híbridos e elétricos.
Alguns dos desafios já estão sendo enfrentados pelos projetistas dos primeiros aviões totalmente elétricos.
A equipe agora está trabalhando na redução da quantidade de fios
usados nos motores-geradores, assim como na redução da eletrônica de
potência exigida pelo sistema.
http://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=avioes-futuro-reutilizar-energia&id=010170120312


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