"Gasto mais com produtos para eles do que para mim", ela revela, "mas acho que vale a pena comprar algo que seja puro".

Zoe se descreve como "viciada em novidades" e confessa que sua curiosidade em experimentar novos produtos de beleza se estendeu aos filhos quando ela se tornou mãe.
"Eu mesma não faço questão de nada natural", ela diz, "mas acho importante que os dos meus filhos seja puros e não tóxicos porque a pele deles é muito novinha".
Nos últimos cinco anos, a categoria premium de produtos para a pele do bebê, que geralmente inclui marcas naturais e orgânicas, cresceu muito. Segundo a Euromonitor International, empresa de pesquisa de mercado londrina, as vendas dessa categoria, só nos EUA, cresceram 68 por cento de 2005 a 2010. Em contraste, as vendas das linhas infantis comuns subiram apenas 16 por cento no mesmo período.
Na Diapers.com, uma das maiores lojas virtuais de artigos infantis dos EUA, a categoria de produtos para a pele cresceu mais de 180 por cento nos últimos três anos, com a maior parte das vendas vinda de marcas de artigos naturais, como explica Kwany Lui, porta-voz da empresa. O campeão de vendas do site é um frasco de 113 gramas de creme de calêndula da marca California Baby, que custa US$ 21. Mesmo a gigante dos cosméticos, a Sephora, resolveu apostar no mercado infantil e começou a vender, em maio de 2010, a Lavanila, uma linha de produtos naturais exclusivos em 150 de suas lojas. (A empresa também vende uma marca francesa bastante popular em seu site, a Mustela.)

De acordo com a Euromonitor, a marca infantil mais popular ainda é a Johnson & Johnson, que lançou uma linha natural de cinco produtos em 2010; o problema é que a oferta de opções naturais e orgânicas no mercado é tamanha que é de enlouquecer _ como geralmente também é o caso dos preços.
Essas linhas usam ingredientes, muitas vezes orgânicos, como óleo de amêndoas e açafrão, extratos de flores e aloé vera, e não contêm produtos químicos como parabenos, sulfatos e ftalatos, que muitos estudos ligaram a uma série de problemas, como irritação da pele.
No mundo dos produtos para bebês, saúde virou sinônimo de luxo: são sabonetes, loções e cremes com embalagens atraentes que nunca saem menos de US$ 10. O custo médio de um item da Mustela _ a linha tradicional parisiense que, em 2010, mudou suas fórmulas para eliminar os produtos químicos que preocupavam os pais _ é US$ 12. (Há também uma colônia para bebês, a Musti Eau de Soin, que custa US$ 29.) A Love Me Baby Me, linha de Los Angeles que utiliza ingredientes como aloé vera e camomila orgânica em seus cinco produtos, oferece uma loção por US$ 25,95 e a MD Moms, também de Los Angeles, oferece um pacote com 72 lenços úmidos de limpeza com extrato de raiz de gengibre por US$ 12.

A California Baby foi a precursora entre as linhas exclusivas: Jessica Iclisoy foi quem a idealizou há quase vinte anos, quando estava grávida do primeiro filho e não conseguia encontrar nem sabonete nem xampu que não tivesse uma infinidade de produtos químicos. Ela começou vendendo sua linha em pequenas lojas de produtos naturais e hoje pode ser encontrada em mais de dez mil estabelecimentos, incluindo Babies "R" Us e Target. Segundo Jessica, a empresa continua crescendo 40 por cento por ano, oferecendo um frasco de xampu, por exemplo, por US$ 20.
Usar ingredientes naturais como calêndula sai muito mais caro do que usar química abrasiva como sulfatos e sulfitos", ela explica.
O fato é que os bebês consomem certos itens como lenços úmidos e loções numa rapidez assustadora _ e qual é a mãe que nunca rangeu os dentes quando viu o filho despejar metade do frasco de xampu na banheira?
Entretanto, muitos pais afirmam que esses produtos não são luxo, mas sim necessidade. Amy Shea, 33 anos, vendedora de produtos médicos de Boston, garante que o xampu da MD Moms, que custa US$ 22, acabou com o tampão de berço (dermatite seborreica) da filha.
"Mudou a minha vida", ela afirma. "Não é frescura; são coisas práticas que fazem bem para os meus filhos."
Só que nem todos os dermatologistas aceitam a ideia: a Dra. Sheryl D. Clark, professora assistente de Dermatologia da Faculdade de Medicina Weill Cornell, em Nova York, diz que produtos para a pele, naturais ou não, podem ser prejudiciais para bebês com menos de seis meses _ e se a criança apresentar sinais de alergia, é melhor procurar um médico que identifique o problema do que testar uma bateria de produtos caros.
"A pessoa acha que, porque está pagando caro, o produto é bom", ela explica, "mas nem sempre isso é verdade".
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