Uma das maiores dificuldades dos
deficientes físicos, o transporte, está com os dias contados.
Um grupo
de quatro amigos desenvolveu o primeiro protótipo de um veículo nacional
produzido especialmente para cadeirantes. O nome: Pratyko. A ideia foi
concebida em 2005, quando o técnico em eletrônica, Gilberto Mesquita,
perguntou ao amigo Márcio Henrique David, que é cadeirante, qual era sua
maior dificuldade. Cinco anos depois nasceu o veículo que vai
revolucionar a vida dos dependentes de cadeira de rodas.
O projeto só avançou quando Gilberto e
Márcio receberam o apoio de amigos também técnicos em eletrônica, e de
Sérgio Murilo Schutz. Juntos inscreveram o projeto do veículo na
Fundação de Apoio à Pesquisa Científica e Tecnológica do Estado (Fapesc)
em 2009 e conseguiram recursos de R$ 50 mil para desenvolver o
protótipo.
Em setembro do ano passado foi liberado o
dinheiro e o grupo assumiu seu maior desafio, construir o Pratyko até
dezembro. Em quatro meses nasceu o veículo que chama a atenção de
empreendedores de várias regiões do país. Nesta segunda-feira (28), mais
um empresário com ligações em São Paulo e Manaus foi a Correia Pinto conhecer o Pratyko.
Ele foi desenvolvido baseado única e
exclusivamente nas necessidades de cadeirantes. O protótipo até já saiu
às ruas e faltam apenas parcerias para viabilizar sua produção em série e
a comercialização. “Tudo nesse automóvel foi pensado para dar qualidade
de vida ao cadeirante. Ele foi construído do zero e suas peças são de
produção, isso quer dizer, são peças encontradas no mercado.
Desenvolvemos um projeto baseado em peças de pelo menos cinco veículos”,
revelou Márcio David.
A proposta permitirá baratear o preço do
veículo e sua futura manutenção. O motor do Pratyko é de motocicleta 250
cilindradas, tem injeção eletrônica, cinto de segurança, trava para
cadeira de rodas, vidros elétricos, sensores de distância traseiro e
dianteiro, GPS, plataforma com elevador para facilitar a entrada do
usuário no veículo e, dentre outras funções, capacidade para uma pessoa.
Praticamente tudo é elétrico e sua velocidade máxima é 50 quilômetros
por hora.
“Quando entrar em linha de produção este
veículo terá motor de 600 cilindradas e deverá atingir velocidade de até
90 quilômetros por hora. A proposta é facilitar a mobilidade do
cadeirante nos centros urbanos”, salienta Murilo Schutz. O Prátiko deve
ter seus primeiros protótipos de teste prontos em até um ano.
Modelo já chama atenção de empresários na região
O Pratyko possui apenas dois metros e
sessenta centímetros de comprimento. Sua largura é um metro e sessenta e
sua estrutura deverá ser toda de fibra. O protótipo foi construído de
lata, mas os idealizadores querem fazer dele um veículo mais leve e
resistente. Sua estrutura será em aço para garantir mais segurança ao
usuário.
O sistema de aceleração e os freios são
manuais e a injeção do veículo é eletrônica. “Sabemos que algumas coisas
precisam ser aperfeiçoadas e estamos caminhando nessa direção, porque o
Pratyko veio para ficar e será o primeiro automóvel com DNA da Serra
Catarinense”, afirmou Gilberto Mesquita.
O modelo final do veículo deve estar
pronto em dois anos. Mas isso depende de futuras parcerias, pois o
projeto ainda passará por avaliações do Inmetro e enfrentará a
burocracia da documentação. A sociedade do Pratyko é dividida em partes
iguais entre os quatro amigos.
“Temos a plena consciência de que cada um
foi importante nesse processo e no futuro queremos ver o Pratyko nas
ruas, servindo a muitos cadeirantes”, disse João Frank Gil. Ao menos
três potenciais empresários já procuraram os donos do Pratiko e as
parcerias devem se consolidar em breve.
http://turismoadaptado.wordpress.com/2011/04/18/pratyko-o-carro-desenvolvido-para-cadeirantes-do-projeto-mao-na-roda/
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