Pequenas mudanças nos hábitos alimentares revertem o aumento das taxas
Ele é como uma faca de dois gumes: é essencial na produção hormonal,
mas, em excesso, se transforma em risco à saúde. Certamente você já deve
ter sido alertado sobre os perigos de não controlar as taxas de
colesterol, esse, muitas vezes, incompreendido.
O cardiologista e nutrólogo do Hospital do Coração,
Daniel Magnoni, explica que, quando os níveis estão acima do indicado,
as frações da gordura ficam mais disponíveis na circulação. Entre estas
frações, encontra-se o LDL, considerado como colesterol ruim. Ele se
deposita na parede interna das artérias e inicia o processo de acúmulo
de gorduras, levando ao entupimento das veias.
Os excessos podem ser
gerados por duas razões: fatores genéticos ou hábitos alimentares
errados. O que acontece é que cerca de 70% do colesterol produzido vem
do fígado.
Ambos os casos podem ser revertidos com alguns
acertos no menu diário. O especialista explica que, quando as calorias
da dieta são ultrapassadas, o organismo passa a armazená-las para um
eventual período de falta. Esse armazenamento é feito em forma de colesterol.
Se
você detectou que suas taxas de colesterol estão acima do recomendado,
ou ainda, se quer evitar o aumento perigoso à saúde do coração, alguns
truques precisam ser colocados em ação.
Troque as versões integrais pelas desnatadas
A
recomendação está relacionada aos alimentos de origem animal, devido à
grande quantidade de gordura saturada que apresentam. Na lista dos
campeões neste tipo de gordura estão queijos amarelos, leite integral,
carnes gordas e pele de aves como frango.
De acordo com a responsável pela equipe nutricional do MinhaVida,
Roberta Stella, a melhor opção para controlar os níveis da gordura é
trocar os queijos amarelos pelos brancos, o leite e seus derivados pelas
versões desnatadas, e as carnes gordas pelas magras. Hoje em dia, já é
possível encontrar nas prateleiras iogurtes com 0% de gordura , lembra.
O
que isso tem a ver com as taxas de colesterol? Tais alimentos estão
relacionados com o aumento das taxas de colesterol ruim, o LDL. E assim
como a gordura saturada, o colesterol também está presente nos alimentos
de origem animal. Seria como matar dois coelhos numa cajadada só. Além
dos alimentos listados acima, é importante evitar o consumo de manteiga,
gema de ovo e banha de porco , ressalta Roberta. Atente também às
preparações que contam com tais ingredientes, como bolos e tortas.
Maneire nas carnes
O
alerta é redobrado aos bifes de carne vermelha porque eles são os que
apresentam uma quantidade maior de colesterol, especialmente cortes que
levam mais gordura. Porém, isso não significa que elas devem ser
totalmente excluídas do menu.
Controlando a ingestão dos outros
alimentos fontes de colesterol, é possível ingerir carne vermelha até
três vezes por semana , tranqüiliza a especialista.
O fato de as
carnes vermelhas oferecerem mais colesterol, no entanto, não faz com
que os outros tipos de carnes possam ser consumidos à vontade. De acordo
com Roberta, as carnes brancas e magras também possuem colesterol e,
por isso, devem ser dosadas. Os alimentos que contêm colesterol devem
ser monitorados de uma forma geral. Leve em conta que o total da gordura
obtido em um dia deve ser menor que 300 mg , completa.
Retirar a gordura visível das carnes é mais um conselho da nutricionista do MinhaVida
para ficar de olho no colesterol colocado no prato. Isso faz com que a
quantidade de colesterol se reduza. Cem gramas de contra-filé grelhado
com gordura contêm 144 mg de colesterol. Sem a gordura, a quantidade
diminui para 102 mg , exemplifica. Quando optar por carnes brancas como
frango, retire a pele. Cem gramas de peito de frango com pele contêm 80
mg de colesterol. Sem a pele, o valor passa a ser 59 mg , compara a
nutri.
Controle a ingestão de biscoitos recheados
Você
deve ficar de olho não só nas bolachas doces, mas em todos os produtos
que levam gordura trans em sua composição. A indústria alimentícia
utiliza a gordura hidrogenada na preparação de alguns produtos. A
gordura hidrogenada, por sua vez, apresenta gordura trans , diz a
nutricionista. O perigo do ingrediente é o mesmo que o da gordura
saturada. Ou seja, ela influencia no aumento das taxas de LDL.
Na
hora das compras, verifique a porcentagem de valor diário (%VD) no
rótulo dos alimentos. Valores de %VD acima de 20 são considerados altos.
Opte por aqueles que apresentam números inferiores de gorduras
saturadas, trans e colesterol , dá a dica a especialista.
Lance mão dos óleos vegetais
Na
luta para abaixar os níveis de colesterol, em vez de apenas restringir o
consumo dos vilões, você pode recorrer à ajuda de alguns mocinhos. O
óleo de canola e o azeite de oliva são bons exemplos de alimentos que
você deve incluir na dieta. Segundo Roberta, as gorduras monoinsaturadas
presentes nos dois tipos de óleos vegetais ajudam a reduzir as taxas de
LDL, colesterol maléfico.
Já os óleos vegetais ricos em
gorduras poliinsaturadas, como o de soja, girassol e milho, aumentam os
níveis de HDL, considerado como bom colesterol. A dica da especialista,
portanto, é, além de ficar de olho na quantidade de gorduras saturadas e
trans, dar preferência aos alimentos com maior quantidade de gorduras
mono e poliinsaturadas. Outras opções de alimentos ricos nas gorduras
que somam pontos positivos na luta contra as taxas de colesterol são os peixes.
Corte as frituras da sua rotina alimentar
Roberta
explica que, apesar do que se pensa, os alimentos fritos não
influenciam diretamente no aumento de colesterol, a não ser que tenham
sido produzidos com gordura de origem animal, como banha de porco.
Porém, quando superaquecidos, os óleos sofrem mudanças nas estruturas
das moléculas. Assim, o efeito que eles possuem de aumentar o HDL fica
neutralizado , esclarece a especialista do Minha Vida.
Mesmo quando preparadas em óleos vegetais, as frituras não são
aconselháveis para quem quer controlar os níveis de colesterol
sanguíneo.
Além deste fator apontado por Roberta, ela lembra que
o superaquecimento e reaproveitamento dos óleos formam substâncias que
modificam o cheiro e a textura deles. A acroleína, por exemplo, é uma
substância que irrita a mucosa intestinal , cita ela. Prefira sempre os
assados e cozidos, mas não esqueça de dar atenção também ao tipo de
alimento ingerido , completa.
Pratique exercícios físicos
Os
exercícios também entram em ação na luta contra o colesterol elevado. O
especialista do HCor esclarece que, ao suar a camisa, você utiliza suas
reservas energéticas, ajudando na diminuição de gordura corporal e,
conseqüentemente, na baixa do colesterol sanguíneo.
http://msn.minhavida.com.br/saude/materias/1998-todos-os-truques-para-abaixar-o-colesterol
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