A maratona do príncipe Harry no Rio terminou esta tarde, no Complexo do Alemão.


  Suando e com as bochechas bem vermelhas de sol, ele andou no teleférico que liga as favelas, foi apresentado a um coral infantil, conheceu uma ONG e jogou críquete com jogadores trazidos da Inglaterra e com moradores praticantes do tacobol, versão do jogo inventado pelos ingleses que é praticada em subúrbios cariocas.
Durante a visita, surgiram boatos de que um tiroteio ocorrera na Vila Cruzeiro, uma das favelas do complexo, vizinha à localidade Palmeiras, onde ele estava. A imprensa inglesa, que acompanha o príncipe desde o início da viagem, em Belize, ficou assustada.
O Exército, no Alemão desde novembro de 2010, quando da ocupação e expulsão dos traficantes, informou que não houve disparo de arma de fogo, e sim uma confusão entre moradores reprimida por militares com armamento não-letal, empregado para dispersá-los. Onde Harry estava, nada se passou.
O comandante da Força de Pacificação do Alemão, general Tomás Paiva, conversou rapidamente com o herdeiro do trono inglês. Em seguida, ele contou que o Harry, capitão do Exército de seu país, lhe fez perguntas sobre o processo de ocupação do território e o tipo de equipamento usado.
Segundo o general, dos 1.600 integrantes da Força, metade trabalhou ontem na segurança do príncipe. Depois de conhecer a Educap, ONG voltada à educação que inaugurava nova sede, do jogo num campo de terra cercado por crianças curiosas e por militares com armamento pesado e de entrevista para o apresentador Luciano Huck, ele caminhou numa das comunidades. Foi tratado como um astro de cinema, saudado por câmeras de celulares e gritinhos. Quem não o reconhecia recebia a explicação: 'esse é o irmão do príncipe que se casou'.
Harry deixou encantadas as meninas do coral Liga das Cantantes, do Alemão. Desde que souberam da visita real, há dois meses, elas passaram a ensaiar duas músicas especialmente para a ocasião, uma delas com trecho em inglês. Ontem, todas se maquiaram, arrumaram o cabelo e chegaram cedo para recepcioná-lo. 'Oh, Harry!', gritaram várias vezes, juntas. Algumas ensaiaram frases como 'Welcome to Rio' e 'Thank you'.
'Eu nunca tinha visto alguém tão branco, tão ruivo e sardento! Ele é lindo! Contei na escola que iria conhecer o príncipe, e não acreditaram. Agora tenho a foto', dizia Amanda Duarte, de doze anos, que o agarrou pelas costas.
'Sempre achei príncipe coisa de conto de fada, não alguém da vida real. Tentei falar com ele por mímica. Quem não quer ser uma princesa e ver neve?', brincava Eduarda Miranda, de nove. Harry volta para o frio depois de passar por São Paulo, onde tem uma partida beneficente de pólo marcada para amanhã.

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