sexta-feira, 16 de março de 2012

Paulo Coelho e seus 25 anos na literatura

Escritor já vendeu 146 milhões de livros ao redor do mundo

 Adepto das redes sociais na internet, Paulo Coelho está convicto de que a revolução tecnológica alterou definitivamente as relações entre autores e leitores. No caso do "mago",  o público é universal.

O escritor  vendeu 146 milhões de livros no mundo inteiro desde 1987, ano da primeira edição de "O Diário de Um Mago", ponta de lança das comemorações dos 25 anos da estreia de Coelho na literatura. A Sextante também já mandou às livrarias "O Alquimista", "Onze Minutos" e "O Aleph".

O "mago" conversou sobre esses temas com o Metro Rio, na entrevista que você acompanha a seguir.

Você acredita que o relançamento pode levar sua obra a cativar novos leitores?

Creio que a ideia principal da minha agente é ter todo o meu catálogo em uma só editora, de modo que isso facilite a distribuição. Mas meu público hoje em dia é notadamente jovem. Participo de duas comunidades sociais, o Twitter e o Facebook, e ali pela primeira vez tenho contato com meus leitores. Coisa que antes era impossível. Somo um total de quase 11 milhões de pessoas nas duas comunidades. Esse contato me faz ver que a grande maioria deles é de jovens entre 16 e 21 anos.

Como você avalia, hoje, as obras "O Diário de Um Mago" e "O Alquimista"? 

No "O Diário de Um Mago", existe o momento em que a gente tem de tomar uma decisão, que é parar de sonhar e resolver apostar tudo no sonho. Foi o que eu fiz depois de ter feito a peregrinação a Santiago de Compostela. E "O Alquimista" é o percurso que cada ser humano tem na face da Terra, com as suas dúvidas e inseguranças, mas sempre procurando seguir em direção a seu sonho, sua lenda pessoal. É uma metáfora do meu percurso e do percurso de todos nós.

As questões que suscitaram a escrita desses dois livros permanecem hoje em sua vida?


Sim. Não exatamente como eram, porque no momento em que fiz a peregrinação e escrevi "O Diário de Um Mago" eu tomei uma decisão radical. Queimei as pontes que eu precisava queimar, e cruzei as pontes que eu precisava cruzar. Em "O Alquimista", ainda sou pastor caminhando pelo deserto. Porque a lenda pessoal não é chegar ao tesouro, a lenda pessoal é a caminhada em si. Eu, como escritor, tenho a obrigação para mim mesmo de continuar minha caminhada. Não faço isso por dinheiro ou qualquer outra coisa. Se fosse por dinheiro, eu poderia ter parado 15 anos atrás. Mas sou entusiasmado pelo que eu faço, foi o caminho que eu escolhi e que pretendo percorrer até o dia da minha morte.

A música ainda ocupa espaço em sua vida?

Não. Tive uma parceria muito bem sucedida com o Raul Seixas. Fizemos quase 80 músicas juntos. Tive músicas com Rita Lee, com Elis Regina. Mas a música é a linguagem de uma geração, não adianta forçar. Chega um momento em que você precisa dizer pra você mesmo: parei, não consigo mais exprimir através da música o que eu exprimia antes. Tenho propostas de gente de todo canto do mundo. Mas no momento não faço letras. Já tentei uma vez, e não consegui. Não me afino mais com esse tipo de expressão.

Algum novo tema o atrai? 


Eu sou muito curioso pela vida. Leio de tudo, me informo. Há vários assuntos sobre os quais gostaria de escrever. Mas normalmente não comento quais são. O mundo está cheio de coisas ricas. A revolução das comunidades sociais, a internet como o lugar onde você vai ler a crítica do livro, e não mais nos antigos críticos, que perderam espaço porque acharam que o livro era um objeto de alta cultura. A massa não podia ler. Na internet, não. Você vê o livro que consegue atingir o coração dos outros. Existe uma quantidade de temas dessa revolução única que estamos assistindo. Acho que a literatura hoje se ampliou. Está no Twitter, no blog, outras formas além do livro escrito. Isso tem sido um treino para mim. A imprensa também mudou. Veja o caso do Metro, jornal que condensa o essencial, que as pessoas leem. O mesmo ocorre com as comunidades sociais e a nova literatura: condensar sem perder a essência.

 http://www.band.com.br/entretenimento/cultura/noticia/?id=100000491537

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