Land Rover Freelander 2 troca gasolina por diesel
Nova versão do modelo tem consumo mais baixo com maior custo-benefício
(13-01-12) - Acostumado com a rotatividade de carros que entram na minha garagem, o zelador do prédio onde moro costuma tecer comentários curiosos sobre os diferentes modelos que testo. E com o Land Rover Freelander 2 HSE Diesel não foi diferente. “Que cheiro ruim ele tem”, declarou seu Antônio, para logo depois se afastar da nada discreta unidade branca com couro avermelhado que o WebMotors avaliou ao longo de uma semana.
O comentário é pertinente – ainda mais quando o motor do modelo está frio, que era o caso na manhã daquela segunda-feira. Mas o forte odor, assim como a fumaça esbranquiçada, logo some assim que o quatro-cilindros 2,2L turbo de 190 cv atinge sua temperatura ideal de funcionamento. Nessa situação, a única coisa que diferencia externamente a versão diesel do Freelander a gasolina é o logotipo na traseira e o ruído do motor.
Investimento
Claro, há também o preço.
Partindo de R$ 129.900, a versão diesel é R$ 7.900 mais cara do que sua
versão equivalente a gasolina. A diferença, apesar de menor, continua
entre as versões mais caras SE e HSE, cujos valores sugeridos são de R$
147.900 e R$ 172.900, respectivamente. Os valores após o reajuste do IPI
ainda não foram divulgados.
Seu Antônio ficou chocado após ouvir
os preços. “Mais caro e barulhento? Qual é a vantagem dele?”. Bem,
antes de falar a resposta, adianto que o motor turbodiesel do Freelander
2 está longe de ser ruidoso. Claro, sua presença é menos discreta do
que sua variante a gasolina, mas isso vale mais para quem está do lado
de fora. Por dentro o isolamento acústico garante que apenas o
conta-giros e o medidor de combustível denunciem a identidade do SUV.
Medidor que, aliás, mostrou-se bem preguiçoso. E essa é a vantagem dessa versão. O consumo urbano do modelo medido pelo WebMotors
foi de 8,4 km/l – índice interessante até para alguns sedãs médios e
notável para um SUV de 1.880 kg. Soma-se a isso o fato do diesel ser
mais barato do que a gasolina e dá para entender por que a nova versão,
lançada há seis meses, é responsável por quase 90% do mix de vendas do
Freelander 2.
Paciência recompensada
Claro, nem tudo
são flores para o comprador do modelo. Além do preço superior, carros a
diesel no Brasil padecem de um seguro mais elevado. Uma cotação feita
pelo Santander Seguros para um perfil conservador (pai de família,
garagem fechada, morador de São Paulo) chegou ao proibitivo valor de R$
14.234, com franquia de R$ 10 mil. E com um bom sistema de alarme, o
proprietário dessa versão precisará ganhar um pouco de paciência.
Não,
o Freelander 2 a diesel está longe de ser letárgico. Se a potência de
190 cv do motor 2,2L está longe de impressionar, seu torque de 42,8 kgfm
dá um banho no “primo” a gasolina, que apesar de mais potente (232 cv),
tem menos força (32,3 kgfm). Só que, como todo motor turbo, o propulsor
pede rotações acima dos 2.000 rpm para despejar todo o seu potencial
nas quatro rodas. Com seis marchas, o câmbio com relações longas não
ajuda muito, assim como o acelerador eletrônico, cuja calibragem poderia
torná-lo mais rápido.
Mas os segundos iniciais de retardo são
compensados em seguida com uma aceleração vigorosa (0 a 100 km/h em 9,5
s, segundo a fábrica) e trocas de marcha suaves. Para quem vê de fora,
até parece que o motorista do Freelander 2 quis dar uma “chance” aos
demais competidores emparelhados no semáforo.
Não é nada disso,
claro. Como a maioria dos SUVs, o Freelander pede cautela em curvas
ousadas. Mas, apesar de macia, a calibragem da suspensão surpreende ao
conter a massa de 1,74 m de altura. A boa dinâmica pode ser notada pelo
controle de estabilidade e tração, que dificilmente é acionado. Macia
para manobras, a direção hidráulica tem boa progressividade e respostas
adequadas para o porte do carro. O destaque fica para o freio, que pede
alguns minutos para se acostumar, mas que surpreende quando é
requisitado.
Briga solitária
O espaço interno e
acabamento do Freelander 2 são equivalentes à concorrência. A versão
avaliada ainda tinha alguns mimos exclusivos das versões mais caras.
Teto-solar e GPS embutido no painel só são oferecidos no HSE, enquanto
bancos de couro com regulagem elétrica e sistema de som com Bluetooth são de série a partir do SE. O tamanho das rodas (entre 17 e 19 polegadas) também varia.
Mas
dá para dispensar os itens caso o proprietário esteja de olho em um bom
custo-benefício. Pelo valor da versão de entrada o Freelander 2 a
diesel concorre sozinho no segmento. O rival mais próximo é o Hilux SW4,
cujo principal diferencial são os sete lugares, mas com estrutura
(sobre chassi) mais simples. Demorou, mas consegui convencer seu Antônio
de que o Freelander 2 diesel acaba compensando o cheiro ruim do
escapamento...
FICHA TÉCNICA – Land Rover Freelander 2 HSE SD4
Motor | Quatro cilindros em linha, dianteiro, transversal, 16 válvulas, 2.179 cm³ |
Potência | 190 cv (diesel) a 3.500 rpm |
Torque | 420 Nm / 42,8 kgfm (gasolina) a 1.750 rpm |
Câmbio | Automático, com seis marchas |
Tração | Integral |
Direção | Por pinhão e cremalheira, com assistência hidráulica |
Rodas | Dianteiras e traseiras em aro 19” de liga-leve |
Pneus | Dianteiros e traseiros 235/55 R19 |
Comprimento | 4,50 m |
Altura | 1,74 m |
Largura | 2,00 m |
Entre-eixos | 2,66 m |
Porta-malas | 513 l |
Peso (em ordem de marcha) | 1.880 kg |
Tanque | 68 l |
Suspensão | Dianteira e traseira independente, tipo McPherson |
Freios | Disco ventilado na dianteira e disco sólido na traseira |
Preço | R$ 172.900 |
http://revista.webmotors.com.br/lancamentos/mais-por-mais/1334081803025
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